Festival de Quadrinhos lota Minascentro, em BH

Desenhos, cores, super heróis e muita gente marcaram o penúltimo dia da 11ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), no Minascentro, em Belo Horizonte. O evento, o primeiro de tamanha dimensão do gênero no Brasil pós-pandemia, teve início na quarta-feira (3/8) e se encerrama amanhã, domingo (7/8). Quem marcou presença encontrou um público vibrante, de visitantes de todas as idades, criadores e expositores.A versão presencial do evento não era realizada desde 2018. Sob a temática "Quadrinhos e o mundo do trabalho", o encontro incluiu oficinas, exposições, sessões de filmes, mesas de artistas, feira de quadrinhos, debates, sessões de autógrafos, duelos de HQs, rodada de negócios, entre outras atividades.Leia: Festival Internacional de Quadrinhos volta a BH tendo como tema o trabalhoDe acordo com a prefeitura, até amanhã serão compartilhadas 30 horas de atividades no auditório, 25 mesas de debates, dois convidados internacionais, 26 convidados nacionais, 29 convidados locais, 189 mesas de artistas, cerca de 300 artistas na feira, 13 editoras na rodada de negócios, 138 artistas inscritos para a rodada, 30 horas de oficinas básicas, quatro oficinas de formação, 10 sessões de filmes, duas exposições, cerca de 100 escolas inscritas para visita e 11 estandes. O público somente será divulgado pela Fundação Municipal de Cultura na segunda (8/8). O evento é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Luminar.Quadrinhos viram aliados da educaçãoO clima colorido e descontraído contagiou os alunos da educação básica da Escola Municipal Monsenhor João Rodrigues de Oliveira, do Bairro São Geraldo, na Região Leste da capital. Munidas de sacolinhas cheias de livros e desenhos, a meninada, com idades entre 7 e 10 anos, mostrou-se criteriosa na escolha do produto que levaria pra casa. Cada um recebeu um vale-livro de R$ 15 para as compras. "Eles estão escolhendo, bem à vontade, aprendendo a adquirir, calcular sobre a questão financeira, reservando o que dá ou não para comprar com o dinheiro que têm, uma atividade multidisciplinar", explicou a coordenadora da educação integrada e professora Gladys Mary Monteiro, de 63 anos.Gladys Monteiro se disse convicta de que esses momentos culturais fazem toda a diferença na vida das crianças. Uma oportunidade de participar de um evento em que muitas famílias não têm condições de deslocamento ou mesmo conhecimento da representatividade para seus filhos. "O quadrinho é um ganho super interessante, um trabalho que se desdobra em sala de aula com a leitura, escrita, no processo de alfabetização, de visualizar arte, incentivá-los a criar. O quadrinho, além de todos esses incentivos de leitura, escrita e criação de montarem as próprias histórias, remete a uma diferenciação entre pedagógico e o imaginário", observa a coordenadora de educação.Antes da visita, a escola orientou os alunos sobre o evento, seu significado, por se tratar de um encontro internacional, e sobre as atividades diversas que encontrariam. "A referência da maioria tem a ver com a 'Turma da Mônica' (de Mauricio de Sousa), aqui estão visualizando outros tipos de quadrinho e a arte como um todo. É nossa primeira vez, o espaço é muito bom e estamos muito animados". Artistas comemoram contato com o públicoA ilustradora e quadrinista do Recife (PE), Bennê Oliveira, 23 anos, classificou de "encantadora" a experiência. É a primeira vez que participa do FIQ e, já na estreia, veio como convidada e participante de duas mesas, sobre produção independente e trabalhos web. "Minha primeira feira, achando muito bem organizada com muita assistência aos convidados. Um local muito bom para conversar, um público excelente."Bennê conta que começou a produzir tirinhas em 2018, diante da necessidade de trabalhar alguns desabafos ou maneira de se comunicar. Por achar a forma escrita insuficiente para atrair as pessoas, encontrou, através dos quadrinhos, a comunicação de forma visual, uma tentativa de  compartilhar sobre meus anseios, "um trabalho meio autobiográfico, trabalhando questões internas das quais sentia necessidade de exteriorizar. Forma de tratar minha insanidade, mas também a insanidade do mundo  ao meu redor. As coisas te contaminam, as questões urbanas, suburbanas onde moro no Recife."  Pela terceira vez em BH para o FIQ, Rafa Pinheiro, 29 anos, quadrinista, editor chefe Universo Guará, do Rio de Janeiro,  que começou a criar quadrinhos ainda criança e partiu para o profissionalismo em 2014, considerou "uma cartase" voltar a encontrar as pessoas. "Isto aqui é o primeiro grande evento de quadrinhos no Brasil, as pessoas precisavam sair, voltar a se encontrar."Sobre o FIQ BHEm 1997, quando Belo Horizonte comemorou seu primeiro centenário, a capital foi sede de diversos eventos e homenagens. Um deles, em especial, chamou a atenção de todos, com convidados nacionais e internacionais de renome, transformando BH, pela pri

Festival de Quadrinhos lota Minascentro, em BH

Desenhos, cores, super heróis e muita gente marcaram o penúltimo dia da 11ª edição do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), no Minascentro, em Belo Horizonte. O evento, o primeiro de tamanha dimensão do gênero no Brasil pós-pandemia, teve início na quarta-feira (3/8) e se encerrama amanhã, domingo (7/8). Quem marcou presença encontrou um público vibrante, de visitantes de todas as idades, criadores e expositores.

A versão presencial do evento não era realizada desde 2018. Sob a temática "Quadrinhos e o mundo do trabalho", o encontro incluiu oficinas, exposições, sessões de filmes, mesas de artistas, feira de quadrinhos, debates, sessões de autógrafos, duelos de HQs, rodada de negócios, entre outras atividades.
De acordo com a prefeitura, até amanhã serão compartilhadas 30 horas de atividades no auditório, 25 mesas de debates, dois convidados internacionais, 26 convidados nacionais, 29 convidados locais, 189 mesas de artistas, cerca de 300 artistas na feira, 13 editoras na rodada de negócios, 138 artistas inscritos para a rodada, 30 horas de oficinas básicas, quatro oficinas de formação, 10 sessões de filmes, duas exposições, cerca de 100 escolas inscritas para visita e 11 estandes.

O público somente será divulgado pela Fundação Municipal de Cultura na segunda (8/8). O evento é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Luminar.

Quadrinhos viram aliados da educação


O clima colorido e descontraído contagiou os alunos da educação básica da Escola Municipal Monsenhor João Rodrigues de Oliveira, do Bairro São Geraldo, na Região Leste da capital. Munidas de sacolinhas cheias de livros e desenhos, a meninada, com idades entre 7 e 10 anos, mostrou-se criteriosa na escolha do produto que levaria pra casa. Cada um recebeu um vale-livro de R$ 15 para as compras. "Eles estão escolhendo, bem à vontade, aprendendo a adquirir, calcular sobre a questão financeira, reservando o que dá ou não para comprar com o dinheiro que têm, uma atividade multidisciplinar", explicou a coordenadora da educação integrada e professora Gladys Mary Monteiro, de 63 anos.

Gladys Monteiro se disse convicta de que esses momentos culturais fazem toda a diferença na vida das crianças. Uma oportunidade de participar de um evento em que muitas famílias não têm condições de deslocamento ou mesmo conhecimento da representatividade para seus filhos. 

"O quadrinho é um ganho super interessante, um trabalho que se desdobra em sala de aula com a leitura, escrita, no processo de alfabetização, de visualizar arte, incentivá-los a criar. O quadrinho, além de todos esses incentivos de leitura, escrita e criação de montarem as próprias histórias, remete a uma diferenciação entre pedagógico e o imaginário", observa a coordenadora de educação.

Antes da visita, a escola orientou os alunos sobre o evento, seu significado, por se tratar de um encontro internacional, e sobre as atividades diversas que encontrariam. "A referência da maioria tem a ver com a 'Turma da Mônica' (de Mauricio de Sousa), aqui estão visualizando outros tipos de quadrinho e a arte como um todo. É nossa primeira vez, o espaço é muito bom e estamos muito animados". 

Artistas comemoram contato com o público

A ilustradora e quadrinista do Recife (PE), Bennê Oliveira, 23 anos, classificou de "encantadora" a experiência. É a primeira vez que participa do FIQ e, já na estreia, veio como convidada e participante de duas mesas, sobre produção independente e trabalhos web. "Minha primeira feira, achando muito bem organizada com muita assistência aos convidados. Um local muito bom para conversar, um público excelente."

Bennê conta que começou a produzir tirinhas em 2018, diante da necessidade de trabalhar alguns desabafos ou maneira de se comunicar. Por achar a forma escrita insuficiente para atrair as pessoas, encontrou, através dos quadrinhos, a comunicação de forma visual, uma tentativa de  compartilhar sobre meus anseios, "um trabalho meio autobiográfico, trabalhando questões internas das quais sentia necessidade de exteriorizar. Forma de tratar minha insanidade, mas também a insanidade do mundo  ao meu redor. As coisas te contaminam, as questões urbanas, suburbanas onde moro no Recife."  

Pela terceira vez em BH para o FIQ, Rafa Pinheiro, 29 anos, quadrinista, editor chefe Universo Guará, do Rio de Janeiro,  que começou a criar quadrinhos ainda criança e partiu para o profissionalismo em 2014, considerou "uma cartase" voltar a encontrar as pessoas. "Isto aqui é o primeiro grande evento de quadrinhos no Brasil, as pessoas precisavam sair, voltar a se encontrar."

Sobre o FIQ BH

Em 1997, quando Belo Horizonte comemorou seu primeiro centenário, a capital foi sede de diversos eventos e homenagens. Um deles, em especial, chamou a atenção de todos, com convidados nacionais e internacionais de renome, transformando BH, pela primeira vez, no maior ponto de encontro latino-americano de HQs. Era a 1ª Bienal de Quadrinhos, realizada nos espaços nobres e históricos da Serraria Souza Pinto. 

A partir de 1999, rebatizado como Festival Internacional de Quadrinhos - FIQ, o evento configurou-se como referência obrigatória para os quadrinistas e hoje pode ser considerado o principal do gênero na América Latina.

A edição presencial mais recente do FIQ BH, realizada em 2018, recebeu mais de 80 mil pessoas. O festival é um espaço de encontro entre profissionais e de troca de experiências artísticas e pedagógicas relacionadas à linguagem da arte sequencial. Além das diversas atividades oferecidas, artistas acadêmicos convidados estimulam a capacitação de profissionais e incentivam a formação de jovens quadrinistas.
 

Programação domingo (7/8)

10h30 - Explorando o quadrinho norte-americano - Com José Prado, Guilherme Kroll e Dandara Plankof - Mediação Lucas Ed
12h - Conversa em quadrinhos: o alfabeto ilustrado - Com João Marcos
13h30 - Duelo HQ - Desafio de desenhos com quadrinistas e participação do público
15h - Dias de luta, dias de glória: trabalhadoras e trabalhadores em quadrinhos -  Com Aline Lemos, Triscila Oliveira e Pablito Aguiar - Mediação Samanta Coan
16h30 - Fazer quadrinhos dá trabalho: a preparação e pesquisa envolvidos no processo - Com Ana  Luiza Koehler, Hugo Canuto, Beca Prado e Kael Vitorelo - Mediação João Belo
18h - "Terminei meu gibi, e agora?" As possibilidades de publicação no cenário atual - Com Rapha Pinheiro, Raphael Salimena e Carol Rossetti - Mediação Ana Cardoso
Oficinas Básicas:
10h - Fábrica de monstros (Régis Luiz)
11h - Desenho  Kawaii (Val Armanelli)
Avaliação de Portfólio
14h - Joe Prado
Mostra de Cinema 
16h30 - Playlist - Nive Antico/França/2021 -Comédia
19h Aya  - Aya de Ypougon, Marguerite Abouet, Clément Oubrerie - França
Oficina Casa dos Quadrinhos
15h - Desenho seus cenários
16h - Tirinha
18h - Criação de personagens
19h - Roteiro para quadrinhos
Praça de autógrafos
11h - Jefferson Costa, Marcelo D'Salete, Ana Luiza Koehler
15h - João Marcos, Sunça e Amma