“O Pergaminho”: 30 anos de circulação, 5.663 edições
Jornal de Formiga comemora seu trigésimo aniversário
No dia 3 de agosto de 1991, circulou a edição número 1 de 'O Pergaminho', que acabou se tornando um dos mais importantes jornais do interior mineiro; hoje, ele chega à sua edição 5.663. Enfileirados, os exemplares encadernados passam de sete metros de comprimento
Country Clube de Formiga, Clube Centenário, Nova América, Laboratório Santa Mônica, Centro Odontológico Eduardo Soraggi, Casa Cruzeiro Honda, Mercevolks e Café Frei Coimbra são os nomes dos patrocinadores da primeira edição de “O Pergaminho” há exatos 30 anos. Formiguenses preocupados com sua cidade acreditaram na ideia de se ter um jornal diferente no município. Se não fossem esses cidadãos, talvez, este caderno jamais existiria.
Não foi fácil chegar até aqui, a trajetória foi árdua e muitas vezes um verdadeiro incentivo à desistência. Foram muitas as autoridades que empunharam bandeira de desafetos do jornal porque determinadas matérias foram publicadas ou porque outras não foram. Querer pautar “O Pergaminho” foi e ainda é o sonho de muita gente quase boa. Desde o seu início, o jornal se viu obrigado a estar à frente da realidade do momento para poder superar os inúmeros obstáculos.
Ao comemorar a sua terceira década, a redação resolveu fazer uma revelação histórica: contar um acontecido onde a astúcia foi de fundamental importância para que o jornal existisse. Em agosto de 1991, estava em vigor no Brasil Lei 5.250 de 9 de fevereiro de 1967, a chamada Lei de Imprensa. Pensada e elaborada pela ditadura militar, tal lei tinha a nítida intenção de impedir a circulação de qualquer periódico. Eram tantas e absurdas as exigências que ninguém se animava. Quando uma entidade, uma empresa ou um simples cidadão quisesse fundar um jornal, ele tinha, além de outras exigências, de pagar entidade sindical, de registrar o órgão em cartório, ter a patente do nome registrada no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial do Ministério da Indústria e Comércio), procurar a Coordenadoria de Relações de Trabalho do INSS apresentando a nomeação de um Diretor Responsável e, por fim, contratar um jornalista formado e registrado no Ministério do Trabalho.
Aos poucos, cada item foi sendo superado, cada taxa paga e cada registro feito. Foi então que veio o momento de se contratar um jornalista registrado e formado. Procurou-se com lupa e descobriu-se que não havia um só jornalista legalizado em Formiga ou na região. Apenas um nome havia do Ministério do Trabalho, o de Jésus Silva, que na época estava à frente da “Tribuna Formiguense”. Ele havia adquirido o registro de jornalista profissional antes da promulgação da lei. Legalmente, fazer circular “O Pergaminho” era impossível.
Foi então que a criatividade se aflorou para que o sonho pudesse se realizar. Ao elaborar o expediente da primeira edição, no espaço reservado para o nome do jornalista responsável, os organizadores colocaram as iniciais: E. P. S. P. e o jornal ganhou as ruas.
Saiu a segunda edição, jornalista responsável: E. P. S. P., e a curiosidade se aguçando. Uns achavam que eram as iniciais de algum profissional assessor de algum deputado, outros que eram de um rico empresário das comunicações que estaria chegando na cidade. E ninguém nunca revelou o grande mistério.
30 anos depois, vai aí a grande revelação: E. P. S. P. significa “Está Para Ser Providenciado”. A ideia era que, se questionado, o jornal teria a resposta na ponta da língua. Feliz 30 anos de circulação, 5.663 edições e 7 metros de notícias No dia 3 de agosto de 1991, circulou a edição número 1 de 'O Pergaminho', que acabou se tornando um dos mais importantes jornais do interior mineiro; hoje, ele chega à sua edição 5.663. Enfileirados, os exemplares encadernados passam de sete metros de comprimento mente o tempo passou e deu tudo certo.
No dia 30 de abril de 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) revogou a Lei de Imprensa por julgar que ela feria a Constituição Federal de 1988. (Transcrito de O Pergaminho)